Metalder - 25 Anos
Kimi no seishun wa kagayaite iruka ("Sua juventude brilha como o Sol"),
tema belíssimo cantado por Isao Sasaki. (Letra: James Miki /Melodia: Takashi Miki)
No início da década de 1990, as emissoras brasileiras foram invadidas por uma febre nacional por super-heróis japoneses de tokusatsu, tudo graças ao sucesso estrondoso de Jaspione Changeman. Obras anteriores e posteriores a essas séries pipocaram em quase todos os canais e a saturação acabou cansando o público em geral, ao passo que formou uma legião de fãs saudosos. Entre tantas outras, uma série que se tornoucult mas não foi um sucesso de audiência foi Metalder, um projeto muito bacana que está completando 25 anos de sua estreia no Japão.
Para relembrar esse bom trabalho da Toei Company, reproduzo aqui (devidamente revisado e ampliado) um texto que escrevi para o portal Omelete, no qual fui colaborador por anos. Com vocês, Metalder - O Homem Máquina:
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A série conta a saga de um poderoso andróide construído na Segunda Guerra Mundial como uma arma destruidora. Sem ser ativado devido à derrota e rendição japonesa em 1945, o guerreiro metálico foi abandonado. Quarenta e dois anos depois, ele é ressuscitado por seu criador, o Dr. Koga, a fim de combater o maligno Império Neroz e seus planos de dominação mundial.
Imperador Neroz: Um vilão manipulador e estrategista como poucos no mundo dos seriados tokusatsu |
Tendo despertado confuso, o andróide de aparência humana Hideki Kondo(Ryusei Tsurugi, no original) vê seu criador morto entre soldados de Neroz. Então, assume sua forma robótica de combate e trava feroz batalha contra os vilões, sofrendo sua primeira derrota. Conseguindo escapar, vai tentando se adaptar ao mundo que o cerca, cheio de dúvidas e perplexidade.
Hideki fora criado com os padrões físicos e psicológicos do falecido filho do Dr. Koga, herdando também a capacidade de tocar sax. Em certo ponto da série, Hideki questiona-se sobre sua identidade e individualidade.
Maya, capaz de arrasar corações humanos e cibernéticos |
Na luta contra o Império Neroz, Metalder conta com a ajuda das sofisticadas criações do Dr. Koga, inclusive Springer, um doberman-robô falante e auxiliar do herói em sua base secreta. Nas batalhas que se seguem, alguns soldados de Neroz rebelam-se contra o mestre, com destaque para o poderoso Top Gunder.
Cheia de reviravoltas, a série termina com o sacrifício do herói, que destrói o Imperador Neroz, mas também perde sua parte humana. O final é bastante emotivo e poético, sem cair no dramalhão. A sensibilidade que conduziu a maior parte da série se manteve até o final, sem perder suas características, o que é considerável ainda mais se lembrarmos que a audiência foi modesta (média de 8,2%) e o número de episódios planejado foi diminuído, para acelerar logo a estreia de Jiraiya, a série criada para substituir Metalder na programação da TV Asahi.
Cheia de reviravoltas, a série termina com o sacrifício do herói, que destrói o Imperador Neroz, mas também perde sua parte humana. O final é bastante emotivo e poético, sem cair no dramalhão. A sensibilidade que conduziu a maior parte da série se manteve até o final, sem perder suas características, o que é considerável ainda mais se lembrarmos que a audiência foi modesta (média de 8,2%) e o número de episódios planejado foi diminuído, para acelerar logo a estreia de Jiraiya, a série criada para substituir Metalder na programação da TV Asahi.
Com a produção econômica típica dos seriados da Toei Company, Metalder destacou-se por tentar atingir um público mais velho investindo em tramas mais elaboradas.
- Na trilha sonora, destaque para o brilhante compositor Seiji Yokoyama, autor também das músicas de fundo de Cavaleiros do Zodíaco (1986). Parte da trilha composta para Metalder foi reaproveitada em Winspector (1990).
- A música-tema foi entoada em tom grandioso por Isao Sasaki, o mesmo intérprete da canção-tema do clássico Patrulha Estelar (Yamato). O encerramento, "Time Limit", ficou com Ichirou Mizuki, cantor de Spielvan,Capitão Harlock e fundador do grupo JAM Project. Ter os dois mais importantes nomes das anime songs clássicas em sua trilha foi um privilégio único para Metalder.
- Na trilha sonora, destaque para o brilhante compositor Seiji Yokoyama, autor também das músicas de fundo de Cavaleiros do Zodíaco (1986). Parte da trilha composta para Metalder foi reaproveitada em Winspector (1990).
- A música-tema foi entoada em tom grandioso por Isao Sasaki, o mesmo intérprete da canção-tema do clássico Patrulha Estelar (Yamato). O encerramento, "Time Limit", ficou com Ichirou Mizuki, cantor de Spielvan,Capitão Harlock e fundador do grupo JAM Project. Ter os dois mais importantes nomes das anime songs clássicas em sua trilha foi um privilégio único para Metalder.
- O design, providenciado pelo hoje famoso cineasta Keita Amemiya, era baseado em um antigo herói chamado, Kikaider, criação de Shotaro Ishinomori.
- Entre os roteiristas, o veterano Shozo Uehara, nome de destaque nas franquias Ultra, Kamen Rider, Super Sentai e Metal Hero (gênero do qual é coautor).
- Entre os roteiristas, o veterano Shozo Uehara, nome de destaque nas franquias Ultra, Kamen Rider, Super Sentai e Metal Hero (gênero do qual é coautor).
- Na segunda metade da saga, entrou em cena o motoqueiro falastrão e boa-praça Satoru, vivido pelo ator Hiroshi Kawai (atualmente assinando Kazuoki Takahashi, seu nome verdadeiro), o Change Griphon do grande sucesso Changeman.
- Em vez do tradicional monstro da semana, frequentemente Metalder enfrentava grupos inteiros de inimigos, tendo sérias dificuldades em vencer. Longe de contar com um herói imbatível e dominada por um clima meio depressivo, a série não fez sucesso no Japão.
- Nos anos 90, Metalder foi adaptado nos Estados Unidos e editado junto com a série Spielvan (e posteriormente, Sheider) como parte do seriado VR Troopers. Nesta medonha versão, o herói foi rebatizado de Ryan Steele e descaracterizou-se por completo. Felizmente, o público brasileiro pôde ver a série original antes que Troopers fosse exibido na Globo.
Completando 25 anos de seu lançamento, Metalder permanece até hoje como uma obra diferenciada e à frente de seu tempo.
Ficha técnica:
Título original: Chou Jinki Metalder (Super Homem Máquina Metalder)
Estreia no Japão: 16 de março de 1987
Número de episódios: 39 para TV e um para cinema
Criação: Saburo Yatsude
Roteiro: Susumu Takaku, Shozo Uehara e outros
Desenho de produção: Keita Amemiya
Trilha sonora: Seiji Yokoyama
Direção: Yoshiji Tomita, Takeshi Osasawara e outros
Realização: TV Asahi, Toei Company / Asahi Tsushinsha (ASATSU)
Distribuição: Tikara Filmes
Emissora no Brasil: Bandeirantes
Estreia no Japão: 16 de março de 1987
Número de episódios: 39 para TV e um para cinema
Criação: Saburo Yatsude
Roteiro: Susumu Takaku, Shozo Uehara e outros
Desenho de produção: Keita Amemiya
Trilha sonora: Seiji Yokoyama
Direção: Yoshiji Tomita, Takeshi Osasawara e outros
Realização: TV Asahi, Toei Company / Asahi Tsushinsha (ASATSU)
Distribuição: Tikara Filmes
Emissora no Brasil: Bandeirantes
Elenco: Akira Senoh (Hideki Kondo), Hiroko Aota (Maya Aoki), Hiroshi Kawai (Satoru), ShinjiTodoh (Makoto Doubara)
EXTRA: KIKAIDER - 40 ANOS
Tendo servido como inspiração para Metalder,Kikaider é um personagem pouco conhecido no Brasil, mas é bastante cultuado no Japão, tendo tido versões em mangá, animê e tokusatsu.
O personagem se tornou protagonista uma série tokusatsu de muito sucesso em 1972 e gerou uma sequência, Kikaider 01. Esses heróis até ganharam uma pequena (embora desnecessária) participação especial no longa Let´s Go Kamen Riders, de 2011. A versão tokusatsu é mais leve e o tom mais denso e fiel ao mangá ficou com a versão em animê, iniciada em 2000.
Confira um artigo especial sobre o mangá original de Kikaider no blog Maximum Cosmo, assinado por Felipe Onodera. O enredo é surpreendente e trágico, mesmo comparado com Metalder, sendo um trabalho bastante representativo do autor Shotaro Ishinomori, um dos mais importantes da história do mangá.
O mangá de Kikaider, de Shotaro Ishinomori |
Tendo servido como inspiração para Metalder,Kikaider é um personagem pouco conhecido no Brasil, mas é bastante cultuado no Japão, tendo tido versões em mangá, animê e tokusatsu.
O personagem se tornou protagonista uma série tokusatsu de muito sucesso em 1972 e gerou uma sequência, Kikaider 01. Esses heróis até ganharam uma pequena (embora desnecessária) participação especial no longa Let´s Go Kamen Riders, de 2011. A versão tokusatsu é mais leve e o tom mais denso e fiel ao mangá ficou com a versão em animê, iniciada em 2000.
Confira um artigo especial sobre o mangá original de Kikaider no blog Maximum Cosmo, assinado por Felipe Onodera. O enredo é surpreendente e trágico, mesmo comparado com Metalder, sendo um trabalho bastante representativo do autor Shotaro Ishinomori, um dos mais importantes da história do mangá.
Fontes: Twitter do Animazon e o Blog do Sushi POP ( http://nagado.blogspot.com.br/2012/03/metalder-25-anos.html )
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